quinta-feira, 13 de outubro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011


RECONHECIMENTO

Ela não dança mais com um Noivo
e sim com um Esposo.
Não daqueles que põem aliança no anelar esquerdo,
fazem juras públicas de amor
ou mandam flores em datas comemorativas.

Ela dança com um Esposo
que firma o compromisso com um selo na alma,
que segreda juras de amor
e realiza milagres todos os dias.

Ela não tem mais pressa,
Ele já a encontrou.
Ela não tem mais medo,
Ele já a escolheu.
Ela não mais se constrange,
Ele a conhece toda inteira.

Ela se deu a Ele em olhar, gestos, passos, giros, reverências.
Ele se deu a ela em olhar, abraço, fidelidade, providência, misericórdia.
 
Ela se deu a Ele em uma palavra: consagração.
Ele se deu a ela em um gesto: eleição.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

                               Fim
        
          Enquanto o céu chora os encantos e   desencantos da noite,
chora sereno o coração de poeta sua indecifrável tristeza.
As nuvens parecem enxugar a dor do infinito negro azulado,
enquanto as letras banham-se na cristalina água do desconhecido.
Enquanto a lua confidente asculta o âmago nublado da morada estrelar,
as linhas sugam a essência da alma em desespero solitário.
Os trêmulos trovões descrevem a pauta febril da noite,
enquanto o menestrel convulsivo escreve o verso esquecido 
 [nos recônditos do ser.
Enquanto a noite vive eterna nas lágrimas do trovador,
este afoga-se na aurora do domingo.