sábado, 27 de março de 2010

Cuore di consecratio

Solo sagrado de descalços andantes.
Monte-abrigo do sacrifício maior.
Sacrário peregrino da verdade aceita.
Corte de dotes e indigências.
Farol-vida para essências obscuras.
Mártir vivaz do cotidiano secular.
Nato pastor de perdidas almas.
Mimese imperfeita do lado misericordioso.
Doador universal de esperanças encontradas.
Oferta vital dum fiat eterno.
Tenda trinitária onde o divino se transfigura, sacralizando o humano.




P.S.: Essa é a primeira vez que exponho esse texto pensando em mim...agora tenho um coração assim: consagrado.

sexta-feira, 12 de março de 2010


Subjuntivo ao tempo


Que o tempo alinhave os retalhos da história que foram perdidos ao longo do caminho.

Que o tempo cole as peças que ficaram escondidas debaixo dos tapetes da lembrança.

Que o tempo retoque as fotografias desbotadas pelo sol dos meio-dias.

Que o tempo reconstrua as certezas destruídas pelas não-respostas.

Que o tempo reescreva os diálogos suspensos pelos soluços incontidos.

Que o tempo resgate os sonhos algemados nas celas das decepções.

Que o tempo pinte de verde o que hoje é negro.