sábado, 29 de janeiro de 2011

Inevitável

“...porque a gente nunca sabe de quem vai gostar.”

Não plantei, nasceu.
Não esperei, chegou.
Sequer recebi, desapareceu.

Sobrou-me o esconderijo azul celeste
e o morto arquivo
de suas cartas,
de meus sonhos,
de nossos planos.

Preciso, agora, acender pirilampos
para apagar suas digitais,
nossas poesias
e meus ideais.

Resta-me calar o inconcebível,
aceitar o destino
e matar a esperança.

                                                            Escrito em 12/11/2008, quando o amor romântico era busca.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Invernos d’alma

            O dia nublado acinzenta também a alma e tudo em nós se volta para os relâmpagos que pintam o céu e para os trovões que sonorizam os ventos. A tempestade que se anuncia põe-nos amedrontados, cansados e logo corremos para nos esconder embaixo da cama-medo onde tudo é escuro ou mesmo sob o abrigo quente do cobertor-esperança.
            Nos invernos da alma, o tempo faz-se incógnita, o sol se esconde e só enxergamos a tempestade. Sob o esconderijo do medo, as trevas se intensificam e o frio das dúvidas faz-nos míopes ante o sol que, mesmo escondido, brilha. Sob o aquecido cobertor da esperança, visíveis se tornam os súbitos clarões que, em sua transitoriedade, dão-nos flashes do Sol oculto do amor.
            Nossa alma muito se detém nos ventos, nos trovões e na violência das águas, olvidando-se que também o dilúvio teve seu fim em quarenta dias. Voltamos nossos olhos para a cruz, para os pregos ensangüentados sobre as pedras e esquecemos de volvê-los para o túmulo vazio.
            Também nós fomos eleitos para testemunhar a glória de Deus manifesta no mistério da encarnação e anunciar suas inúmeras obras realizadas em nossas vidas. Contudo, nossa eleição não se dá somente para os momentos de milagres, mas também para os de crucifixão.
            Aos eleitos, a cruz e o céu!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

REGISTROS

Tantas coisas vividas, história, vida...
tanta página sonhada, pensada, escrita...
tantas pegadas, vestígios, marcas indeléveis
na areia, na estrada,
no tempo, na alma.
Tanto vento, folhas, alento...
tantas linhas, cartas, encartes,
sons, cores, flores ao tempo,
ao vento, ao alento.
Reflexos solvidos na dor, colhidos no amor...
perdas fecundas, ganhos eternos.
Essência em cores, músicas,
perfumes e poesias.
Cores azuis de nossas lágrimas,
músicas coloridas de nossa alma,
perfumes de futuros bons,
vitória, novo dia, verso livre.
Poesias de um tempo in memorian.

Kilvânia Gomes e Viviane Frutuoso

P.S.: Texto escrito durante uma conversa no MSN, em 2009.